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Porque pescar e soltar, e como fazer a soltura...!!!???

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Porque pescar e soltar, e como fazer a soltura...!!!??? Empty Porque pescar e soltar, e como fazer a soltura...!!!???

Mensagem  GILSON BRAGA Seg Fev 28, 2011 8:04 pm

Catch and release. Em bom português: pescar e soltar. O conceito, introduzido na década de 1940, nos Estados Unidos, ganhou o mundo. O americano Lee Wulff, um dos primeiros adeptos e grande divulgador da prática, não levou em conta somente questões éticas e de preservação, mas também econômicas. No Brasil, o primeiro a incentivar o pesque-e-solte foi o paulista Rubens de Almeida Prado, na década de 1970.

O turismo da pesca (peixe vivo) pode gerar mais divisas do que os frigoríficos. Assim como nossas matas: uma árvore em pé pode ser ‘vendida’ muitas vezes a visitantes que viajam para observar a natureza. Se for derrubada, só é comercializada uma vez. Daí a importância do turismo sustentável e da prática da pesca esportiva.

Mas não bastar soltar o peixe. É importante conhecer e seguir regras, que aumentam as chances do peixe capturado se recuperar. O peixe vivo pode, sim, ficar fora da água, desde que você siga as seguintes dicas Terra da Gente:

1. Equilíbrio na briga: Use conjuntos equilibrados de vara e linha, de acordo com o porte das espécies escolhidas. É mais esportivo e evita o estresse dos peixes. Conjuntos leves demais forçam brigas mais longas e o peixe pode sofrer estresse excessivo. É preferível usar um conjunto proporcionalmente mais forte.

2. Anzóis e garatéias: Elimine farpas de anzóis e garatéias. Isso facilita sua retirada do corpo do peixe (e do pescador, em caso de acidente). Prefira anzóis mais finos e não os torça na retirada para diminuir a lesão no peixe. Se o peixe 'engolir' o anzol, jamais force sua saída puxando a linha. É melhor cortá-la e soltar o peixe, aguardando a corrosão natural do metal dentro d'água. A sobra de linha não deve ser muito curta, ou poderá causar perfuração do tubo digestivo.

3. Alicates de contenção e passaguás: São aliados do pescador no momento de retirar o troféu da água. Mas cuidado ao suspender o peixe: apóie sempre com uma das mãos sob o corpo do animal. 'Bicheiros' devem perfurar a mandíbula de dentro para fora. O passaguá é eficiente para evitar escapada no momento do embarque. Mas atenção: não o deixe 'pendurado' na rede para não causar perda de escamas e da mucosa externa, que protegem o peixe contra infecções e melhoram sua hidrodinâmica. Materiais como algodão e borrachas macias são indicados. Evite malhas de nylon rígido com nós.


4. Águas profundas: Peixes pescados em águas profundas - dez metros ou mais - sofrem com a diferença de pressão. Devem ser trazidos lentamente à superfície, para assegurar a descompressão da bexiga natatória. Evite a todo custo a expansão da bexiga, ou as chances de sobrevivência diminuem.

5. Temperatura da água: A temperatura também dever ser levada em conta, no tempo entre fisgar e soltar. O tempo muito longo em águas mais quentes diminui a chance do peixe sobreviver. O peixe fisgado se cansa mais rapidamente, pois aumenta a quantidade de ácido láctico no corpo dele. Neste caso, o melhor é encurtar a briga, usando por exemplo linhas mais de maior calibre.

6. Manuseio: As mãos do pescador devem estar molhadas, para evitar perda da mucosa protetora. Evite quedas, em terra ou no barco. Mantenha o peixe na posição horizontal, principalmente se ele for de grande porte. Na vertical pode haver compressão de órgãos internos. Isso vale também para espécies que podem ser seguradas pela mandíbula, como o tucunaré e o black bass. As brânquias não devem ser tocadas em nenhuma hipótese, para evitar infecções. As guelras protegem as brânquias, e devem ser igualmente preservadas.

7. Tempo fora da água: Quanto menor a permanência do peixe fora da água, melhor. A resistência varia de acordo com a espécie, o estresse da briga e a temperatura da água, entre outros fatores. Espécies de águas correntes e oxigenadas costumam ter resistência menor que as de outros ambientes. Peixes 'de couro' resistem mais que os de escama. Acelere na retirada do anzol e garanta tempo suficiente para admirar o peixe e tirar uma boa foto do troféu antes de soltá-lo.


8. Local de soltura: Quanto mais próximo da região de captura o peixe for solto, melhor. Em especial, se a espécie habita uma área restrita, caso da garoupa, no mar, e do black bass, na água doce. Atenção, sobretudo, com peixes em fase de acasalamento, desova ou defesa da prole. Em locais de águas rápidas, procure pontos com remansos para soltar o peixe. Isso evita que ele nade contra a correnteza, ainda cansado.

8. A soltura: Não se deve jogar ou arremessar o peixe na água, pois o impacto pode causar lesões. 'Descansar' o peixe é importante: ele fica menos vulnerável ao ataque de predadores e tem tempo para se orientar, principalmente em locais com correnteza. Em rios, posicione o peixe com a cabeça voltada sempre contra o fluxo. Aguarde até ele sair de suas mãos espontaneamente.


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GILSON BRAGA
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Mensagem  Rodolpho Ter Mar 01, 2011 10:18 pm

Muito bom esse tópico. É importante essas dicas, pois em alguns vídeos que assisti na internet os pescadores profissionais não seguiam nada disso. É necessário que todos os amates da pesca esportiva tenham consciência desses procedimentos.

Abraço Laughing Laughing Laughing Laughing
Rodolpho
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